A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 2,671 bilhões em maio, o terceiro resultado positivo consecutivo de 2015. O desempenho é resultado de exportações de US$ 16,769 bilhões e importações de US$ 14,008 bilhões. No período, a corrente de comércio – soma das exportações e das importações – foi de US$ 30,8 bilhões, valor 3,2% acima do registrado em abril passado (US$ 29,821 bilhões). Os dados foram divulgados em coletiva de imprensa, realizada hoje na sede da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
A média diária das exportações em maio chegou a US$ 838,5 milhões, 10,6% acima da verificada em abril deste ano (US$ 757,8 milhões). Os embarques de produtos básicos somaram US$ 8,588 bilhões; os de manufaturados, US$ 5,810 bilhões; e os de semimanufaturados, US$ 1,911 bilhão. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve queda de 15,2% (US$ 988,2 milhões).
De acordo com Herlon Brandão, diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação da Secex, o saldo positivo em maio segue a tendência de anos anteriores, “porque o mês é tradicionalmente superavitário”. Ele informa, ainda, que foram registrados no mês embarques recordes de soja, que alcançaram 9,3 milhões de toneladas. “Este volume é histórico. Sabemos que o Brasil terá uma grande safra neste ano e esperamos embarques robustos”, disse.
As exportações de produtos básicos, em média diária, apresentaram queda de 20,8%, especialmente pela queda do minério de ferro (-62,3%), carne bovina (-25,1%), minério de cobre (-19,2%), petróleo em bruto (-15,9%) e carne de frango (-14,1%). No mês, também registraram queda farelo de soja (-10,6%), café em grão (-9,4%) e soja em grão (-1,9%). Por outro lado, cresceram as exportações de fumo em folhas (13,5%).
Com relação aos básicos, Brandão explicou que a queda média do índice de preços vem impactando muito as exportações dessa categoria de produtos. “Nós verificamos no mês uma queda de 33,5% dos preços, enquanto as quantidades cresceram, em média, 19,1%”. A comparação foi feita com o desempenho de maio de 2014.
Como exemplo, Brandão citou as exportações de minério de ferro, cujo preço médio foi de US$ 33 por tonelada exportada, valor 60% menor que o verificado no mesmo mês do ano passado. A soja exportada em maio valeu, em média, US$ 387 por tonelada. Em maio do ano passado, a tonelada embarcada valia US$ 508.
As exportações de semimanufaturados reduziram 4,7% no mês em comparação com maio de 2014. O desempenho deste grupo foi puxado principalmente pela queda nas exportações de celulose (-20,8%), couro e peles (-16,5%), alumínio bruto (-10,6%), óleo de soja em bruto (-9,7%), ferro-ligas (-6,5%), ouro em forma semimanufaturado (-6,3%) e açúcar em bruto (-1,9%). As maiores altas foram de catodos de cobre (215,8%), ferro fundido (101%), madeira serrada (34%) e semimanufaturados de ferro/aço (29%).
No grupo de produtos manufaturados, que apresentou retração de 8,6%, os resultados mais destacados foram: aviões (-42,8%), óxidos e hidróxidos de alumínio (-17,4%), máquinas para terraplanagem (-6,2%), papel e cartão (-3%) e motores para veículos e partes (-1,2%). Por outro lado, apresentaram crescimento: óleos combustíveis (134,8%), laminados planos (102,4%), açúcar refinado (97,9%), tubos de ferro fundido (81,3%), suco de laranja congelado (74,7%), automóveis de passageiros (27,9%), bombas e compressores (15%), veículos de carga (14,7%), polímeros plásticos (10,7%), autopeças, (6,9%), pneumáticos (4,9%) e motores e geradores (4,2%).
Importações
Pelo lado das importações, a média diária foi de US$ 700,4 milhões, o que representa quedas de 4,5% sobre abril deste ano (US$ 733,3 milhões) e de 26,6% na comparação com maio de 2014 (US$ 954,3 milhões). Decresceram as importações de combustíveis e lubrificantes (-44,3%), matérias-primas e intermediários (-25,3%), bens de capital (-24,3%) e bens de consumo (-16,1%). No grupo dos combustíveis e lubrificantes, a retração ocorreu principalmente pela diminuição dos preços de petróleo, naftas, óleos combustíveis, gasolina e gás natural. Brandão explica que na importação de petróleo observa-se retração tanto nas quantidades importadas quanto no índice de preço da commodity.
Já no segmento de matérias-primas e intermediários, diminuíram as aquisições de produtos alimentícios, produtos minerais, matérias-primas para agricultura, produtos agropecuários não alimentícios, partes e peças de produtos intermediários, produtos químicos e farmacêuticos e acessórios de equipamento de transporte.
Entre os bens de capital, houve queda no desembarque de equipamento móvel de transporte, acessórios de maquinaria industrial, máquinas e aparelhos de escritório e serviço científico, partes e peças para bens de capital para indústria e maquinaria industrial.
As principais quedas nas aquisições de bens de consumo foram observadas nas importações de automóveis de passageiros e partes, partes e peças para bens de consumo duráveis, móveis, produtos de toucador, produtos alimentícios, objetos de adorno e vestuário.
Janeiro a maio
No acumulado do ano, as exportações somaram US$ 74,7 bilhões e as importações US$ 77,005 bilhões, valores respectivamente 16,2% e 18,1% menores que os verificados no mesmo período do ano passado. A corrente de comércio totalizou US$ 151,705 bilhões, uma queda de 17,2% sobre o mesmo período de 2014 (US$ 184,988 bilhões), pela média diária. Entre janeiro e maio de 2015, a balança comercial acumula um déficit de US$ 2,305 bilhões, total inferior ao déficit de US$ 4,860 bilhões registrado em igual período de 2014.
Brandão destacou o saldo acumulado nos cinco meses é o menor déficit comercial registrado desde 2012 (janeiro-maio). No período, houve recorde das exportações de óxidos e hidróxidos de alumínio (US$ 1,076 bilhão), minério de cobre e seus concentrados (US$ 835 milhões), partes de motores e turbinas para aviação (702 milhões) e obras de mármore e granito (US$ 355 milhões).
Fonte: Balança Comercial