Pressionado pela paralisia há quase um ano nas decisões de novos aportes, o comitê de investimento do FI-FGTS aprovou nesta quarta-feira, 20, o pedido de financiamento de R$ 1,2 bilhão para a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). O jornal O Estado de S. Paulo apurou que os recursos serão aplicados na expansão do porto em Itaguaí (RJ), usado para o embarque e desembarque de minério de ferro e carvão.
Na última reunião do comitê de investimento em que houve deliberação, em outubro do ano passado, o projeto foi retirado de pauta a pedido de dois membros do órgão que aprova os aportes do bilionário fundo administrado pela Caixa. Mesmo não estando na pauta de ontem, o projeto foi incluído pelo presidente do comitê de investimento do FI-FGTS, Carlos Eduardo Abijaodi, representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Abijaodi, que assumiu a presidência neste ano, disse que o projeto estava na pauta da reunião do mês passado e havia uma pressão para que se votassem novos investimentos.
Pelo plano de negócios, além do financiamento do FI-FGTS, a CSN se comprometeu a aportar R$ 527 milhões de capital próprio. O objetivo da CSN é usar os recursos para ampliar em 34% a capacidade de descarga, armazenagem e embarque de minério de ferro do terminal de 45 para 60 milhões de toneladas por ano. A siderúrgica opera o porto desde 1997. A concessão pública vence em 2022, mas pode ser renovada por mais 25 anos.
Investimento alto
Os membros do comitê consideravam alto o investimento e queriam detalhes de como seria o impacto na geração de emprego e renda e em questões socioambientais. Para a aprovação do financiamento ontem, a CSN informou que a expansão da capacidade do terminal entre 2008 e 2014 – de 30 para 45 milhões de toneladas por ano – fez com que triplicasse a quantidade de trabalhadores próprios da empresa. As obras da expansão devem demorar dois anos, com geração de 1,7 mil empregos diretos e mais de 5 mil indiretos. Com capacidade ampliada, o porto deve abrir mais 400 vagas diretas e 800 indiretas.
A CSN também estimou que o projeto vai aumentar bastante a arrecadação de impostos. Desde março, o ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, Paulo Caffarelli ocupa o cargo de diretor executivo da CSN. O Estado apurou que a operação tinha o apoio do ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Procurada, a CSN não quis se pronunciar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Yahoo Notícias