Sindicato dos Engenheiros prepara frente pró-carvão mineral gaúcho

Vinicius Galeazzi na abertura do evento / fotos Myrian Pla


O Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul (Senge/RS) realizou um debate na quinta-feira, 8, sobre o uso do carvão mineral no desenvolvimento sustentável do Estado. Convidou palestrantes de diversas entidades e empresas para que apresentassem alternativas e identificassem os gargalos que impedem um melhor aproveitamento desse recurso energético. Foi a quinta edição dos Painéis da Engenharia, evento técnico promovido por Conselho Técnico Consultivo do Senge.

Diante de tantos especialistas, o coordenador do Conselho Técnico Consultivo do Senge. Vinícius Galeazzi, propôs que fosse produzido um documento em defesa do carvão, a fim de ser entregue ao governador José Ivo Sartori. “Vamos produzir um documento com todos os temas abordados neste evento para que o carvão se torne prioridade nas políticas públicas e, também, para que a sociedade tome conhecimento sobre as possibilidades do carvão mineral na retomada do crescimento econômico do Estado, sem prejudicar o meio ambiente”, disse o engenheiro.

Representantes de empresas estatais e privadas apresentaram novas tecnologias desenvolvidas para reduzir o impacto ambiental da emissão de gases poluentes. Uma delas é a lavagem de carvão, que mistura o carvão triturado a um líquido, separando as impurezas. Em outras técnicas, o dióxido de enxofre, uma das maiores causas da chuva ácida, é retirado. Especialistas dizem também que já é possível a redução de óxidos de nitrogênio, uma das causas do ozônio no nível do chão. Também foram citados estudos sobre o uso do carvão gaúcho na siderurgia.

O diretor de Inovações e Fontes Alternativas da Secretaria Estadual de Minas e Energia, Carlos Almeira, ressaltou que um tema de extrema importância para o Brasil não pode deixar de ser interpretado como a solução do problema energético do país.

“Por temos 90% das reservas de carvão, temos a segurança da matriz energética. Embora estejamos evoluindo muito nas áreas de energia limpa – eólica, solar e biomassa – são energias alternativas. As eólicas, por exemplo, estão produzindo entre 25% e 30% de suas capacidades, enquanto o carvão produz 24 horas, sete dias por semana, tem uma garantia de 80% de energia. Se olharmos para outros países, o carvão participa com 30% da matriz energética, enquanto no Brasil ele representa entre 3% e 4%”, comparou Almeida.

O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA/RS), Melvis Barrios Junior, lembrou que o RS importa hoje 50% em média da energia consumida, com os braços cruzados de frente para um potencial carbonífero que garante um consumo, segundo alguns estudos, durante 500 anos. “Temos que nos perguntar porque não aproveitamos essas reservas para combater essa situação pré-falimentar pela qual passa o Estado? Só temos uma forma de reverter essa crise: gerando mais impostos e, para isso ocorrer, só atraindo grandes investimentos, que só se instalam se tivermos infra-estrutura adequada, de transportes, energia…” avaliou.

Barrios Junior criticou a atitude passiva dos engenheiros diante de campanhas feitas por pessoas do movimento ecológico que não entendem nada mas falam abertamente na mídia, sem que seja feito um contraponto.

“O que me preocupa é que o Brasil é um dos raros países que tem um movimento ecológico, formado por meia dúzia de pessoas, que monta uma oposição ferrenha contra qualquer investimento estruturante na economia do país. A quem interessa impedir que o Brasil se transforme numa grande potência econômica? Ora, desde sempre o homem se preocupa em armazenar água, mas aqui no país se diz que as grandes hidrelétricas prejudicam o meio ambiente. Então, acho que a engenharia tem que fazer esse enfrentamento , sob o risco de ser uma eterna colônia do terceiro milênio, dominado por poucos países com conhecimento tecnológico”, sugeriu.

Mediador dos painéis, o geólogo José Alcides Pereira, disse que SC está com problemas de abastecimento de carvão para suas usinas, o que vem provocando o fechamento de empresas pelo esgotamento de reservas. “Por outro lado, o RS ainda não teve aproveitamento eficiente de suas reservas. Mas isso é porque nós temos problemas tecnológicos e de gestão também”, destacou.

O superintendente regional da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), atual Serviço Geológico do Brasil, José Andriotti. informou que nos últimos dois anos a CPRM tem se dedicado a preparar áreas que ainda detém os direitos minerais para repassar à iniciativa privada. “Estamos preparando propostas de editais para que o governo coloque essas áreas de mineração em disponibilidade da forma que achar adequada, através de licitação ou leilão”.

Representantes das Universidades e de empresas também falaram sobre seus estudos e projetos. O diretor da Tractebel Energia, Guilherme Ferrari, falou sobre a implantação da Usina Termelétrica Pampa Sul no município de Candiota-RS, que dentro de quatro anos terá capacidade de gerar 340MW, utilizando-se de tecnologia avançada, como a caldeira de leito fluidizado circulante, e a injetado de calcário na câmara de combustão, que reduz a emissão de enxofre contido no carvão em 70% e reduz a emissão de óxido de nitrogênio (Nox).

A secretária estadual do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Ana Pellini, que acumula o cargo de presidente da Fepam, falou rapidamente. Apenas elogiou a iniciativa do Senge, e disse que a secretaria tem um histórico de licenciamento de áreas de exploração do carvão , “com épocas melhores, épocas piores, e que a perspectiva é que se torne mais uma fonte de riqueza para o Rio Grande do Sul, contando para isso com a participação da iniciativa privada como motora do desenvolvimento.”

O vilão quer novo papel

Para os defensores do carvão mineral, ele é o pré-sal gaúcho. É a maior reserva de combustíveis fósseis que o Brasil tem, quatro vezes maior que as de petróleo. São 32 bilhões de toneladas, praticamente toda jazida concentrada no Sul do país, quase à flor da terra.

O governo gaúcho, oficialmente, classifica o mineral como estratégico para o crescimento econômico, incluindo-o no seu Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2021). “Nos próximos cinco anos, o Rio Grande do Sul precisará dobrar a sua produção energética e a única forma de tornar o Estado autossustentável na geração de energia é incluir o carvão nos leilões do governo federal”, argumentaram os técnicos da Secretaria de Infraestrutura e Logística (Seinfra) durante a elaboração das metas do PDE 2021.

As manifestações concretas do governo em defesa do carvão, no entanto, são tolhidas pelas implicações ambientais. Os ambientalistas garantem que o combustível fóssil provoca danos ao solo, água, ar e à saúde das pessoas, além de ser o maior vilão do efeito estufa. O mineral, de origem vegetal, possui grandes concentrações de carbono. Diante da pressão internacional para redução das emissões de gases poluentes na atmosfera, no Brasil, a produção de energia a carvão estagnou, mantendo um índice de 1,3% de participação na matriz elétrica nacional. O resultado é que, sem grandes usinas hidrelétricas e parques eólicos ainda insuficientes, o Rio Grande do Sul importa 50% da energia que consome, mesmo dispondo da maior jazida de carvão do país.

A demanda hoje do Estado ultrapassa os 16 mil MW, para uma potência de geração elétrica instalada que não chega a 6,5 mil MW. Então, o RS consome mais da metade da energia produzida em outros estados. Isso levando em conta que metade da potência das hidrelétricas de Itá, Machadinho, Barra Grande e Foz do Chapecó são computadas para Santa Catarina devido à localização das usinas na fronteira.

Para o presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral, Fernando Zancan, o governo federal demostra sinais de que os combustíveis fósseis retornarão à pauta de discussões. “Depois do susto hidrológico e a discussão dos preços das tarifas de energia elétrica, ficou muito claro que esse modelo elevou o custo da energia, então o governo percebeu que terá de buscar usinas térmicas que sejam seguras e baratas. E, sem dúvida, a energia mais segura e barata é o carvão mineral, por isso, esperamos que ele seja incluído no próximo leilão de energia, a ser realizado ainda este ano”, afirma Zancan. Ele revela que há cerca de 2.300 megawatts em projetos com licença prévia do órgão ambiental, portanto liberados a participar dos leilões. “Isso representa cerca de sete bilhões de dólares em investimentos para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina”, completa o presidente da ABCM.

Avançam pesquisas para queima limpa do carvão

Pelo menos quatro pesquisas importantes estão em andamento para adequar as emissões atmosféricas provenientes da combustão de carvão mineral à legislação ambiental vigente. Também há estudos para reduzir as impurezas do mineral durante a mineração e beneficiamento, antes de chegar às usinas.

A Fundação de Ciência e Tecnologia – Cientec, ligada ao governo gaúcho, inaugurou em maio do ano passado uma planta piloto para desenvolver estudos em processos de conversão de carvão tanto para geração térmica quanto geração de gases combustíveis. O equipamento, instalado no campus da instituição em Cachoeirinha, utilizará a tecnologia de fluidização rápida. É uma evolução do processo de Leito Fluidizado utilizado na Cientec principalmente em sistemas que envolvam carvões de alto teor de cinzas e com outras características comuns no mineral encontrado em solo gaúcho.

De acordo com o engenheiro Leandro Dalla Zen, coordenador do Laboratório de Combustão da Cientec, o processo consiste na injeção de sólidos alcalinos, geralmente o calcário, nas caldeiras, juntamente com o combustível, para reduzir a emissão de compostos sulfurosos além de favorecer a transferência de calor entre a chama e as superfícies de aquecimento da caldeira. “O produto resultante que sai com os gases na forma de cinzas caracteriza-se por ser altamente utilizável como matéria prima de materiais de construção civil”, destaca.

Essa pesquisa da Cientec é financiada pelo CNPq e tem como parcerias os laboratórios de Siderurgia (LASID) e Produção Mineral (LAPROM) da UFRGS.

A Fundação tem um laboratório de emissões zero, onde serão estudados processos em que as emissões de compostos sulfurosos, nitrogenosos, particulados e dióxido de carbono respeitem a legislação ambiental. O foco será a redução do dióxido de carbono, o gás causador do efeito estufa. Uma das pesquisas é a combustão de carvão com oxigênio puro, cujo gás gerado nesse processo poderá servir como matéria prima de alguns processos industriais ou ser armazenado geologicamente, evitando sua liberação para a atmosfera.

O engenheiro Leandro Dalla Zen explica que o processo de oxi-combustão que está sendo pesquisado é o único a nível mundial que utiliza gás real ao contrário de outros que utilizam gases obtidos por misturas artificiais. “De qualquer forma, o laboratório estará preparado para efetuar testes com qualquer carvão mineral, indicando quais as tecnologias que seriam adequadas para garantir emissões compatíveis com os requisitos ambientais”, diz o engenheiro, que é PhD em combustão.

A Cientec conta também com uma caldeira a nível industrial, instalada junto a Unidade Termelétrica de São Jerônimo, pertencente à CGTEE, que tem por fim demonstrar a característica multi-combustível do processo de combustão em leito fluidizado. “Esse processo é a principal alternativa para combustão em pequenas centrais térmicas de carvão mineral, lenha, resíduos florestais picados, resíduos de madeireiras e indústria moveleira, casca de arroz, sendo o único processo que garante a geração de cinzas adequadas para utilização direta como insumo de materiais de construção”, ressalta Dalla Zen.

Outro projeto sendo desenvolvido pela Fundação é o processo conhecido como combustão mista (cofiring), que testa a combustão concomitante entre carvão mineral e biomassas (podem ser quaisquer resíduos derivados de biomassas), visando a produção de cinzas basicamente puras e de grande aplicabilidade na produção de tijolos ou blocos de alta resistência (com adição de cal) que podem ser utilizados como tijolos estruturais, eliminando a necessidade de pilares na construção civil.

Já a tecnologia de gaseificação do carvão nacional ainda está sendo analisada em laboratórios norte-americanos a fim de verificar a viabilidade técnica e econômica de geração de gás a partir do mineral gaúcho e catarinense. O processo consiste em uma reação química com a injeção de vapor d?água para transformar o carvão mineral em um gás combustível ou de síntese.

Segundo o coordenador do laboratório de gaseificação da Cientec, Rodnei Pacheco, há inúmeras vantagens nesse processo, principalmente ambientais. “O gás é mais viável de ser transportado, além de permitir uma maior facilidade na remoção de emissões, tais como enxofre e cinzas, de capturar o CO² durante sua queima”, explica. Outra opção é empregar esse gás na indústria carboquímica. É possível produzir diversos compostos químicos, como diesel, metanol, amônia, entre outros. Pacheco informa que essa ação é muito empregada na África do Sul, que chega a fabricar gasolina a partir do carvão mineral.

Outra tecnologia sendo estudada envolve a Companhia Riograndense de Mineração (CRM) e a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE). As empresas assinaram um termo de compromisso para montar em Candiota uma planta piloto de beneficiamento a seco do carvão. O superintendente de Engenharia da CRM, engenheiro João Casanova, explica que o processo de gigagem a seco reduz as cinzas e o índice de enxofre do mineral antes da sua queima, diminuindo assim o nível poluente do carvão. “Essa tecnologia é ímpar, não existe no Brasil e poucos no mundo a utilizam em escala industrial”, ressalta. Os equipamentos já estão sendo montados e terão um sistema de filtros fabricados no Brasil, com tecnologia alemã, que retêm a poeira durante o beneficiamento. Outra vantagem desse processo, destaca o engenheiro, é que pode-se utilizar em municípios que não dispõe de muita água, como é o caso de Candiota.

Aumenta consumo do carvão

O carvão é o combustível fóssil mais abundante na natureza e o mais usado no mundo para geração de energia elétrica. As reservas mundiais comprovadas passam de 800 bilhões de toneladas.

Apesar dos acordos entre os países para reduzir a emissão de gases nocivos, o consumo do mineral cresce há pelo menos seis anos consecutivos. Só perde para o avanço do gás natural, outro combustível fóssil. A expansão das usinas termelétricas registra índices superiores a 30%.

Estudos da Agência Internacional de Energia e da União Europeia apontam que, em 2035, com o aumento da demanda mundial de energia em 49%, restariam somente 16% das reservas de petróleo e 36% das de gás. Já as reservas de carvão mineral estão disponíveis em 75 países e, mesmo com o crescimento de cerca de 53% da demanda, somente 25% das reservas seriam utilizadas.

Para a produção de eletricidade, o carvão continuará sendo a fonte de energia mais importante, seguido das renováveis e do gás natural. A participação do mineral na matriz energética mundial deve chegar bem próxima de 28% em 2035. O consumo mundial passaria dos atuais 3,4 trilhões de toneladas equivalentes de petróleo (tep) para 5,1 trilhões de tep em 2035, com uma taxa anual de crescimento de 1,6%.

Em 2010, foram consumidos cerca de 6,5 bilhões de toneladas de carvão, sendo mais da metade para produzir energia elétrica. A China é a maior produtora e consumidora de carvão, respondendo por quase a metade do beneficiamento do mineral. Para sua economia continuar crescendo a dez por cento ao ano, o país asiático precisa de muita energia. Por isso, é o que mais investe também em energia eólica, considerada a mais limpa dentre as fontes renováveis.

O Brasil é o único no mundo com uma matriz elétrica dependente excessivamente (90%) das usinas hidrelétricas. Em tempos de escassez de chuva e maior demanda por energia com a recuperação gradual da economia, cresce a pressão pela inclusão de outras fontes no sistema. Os atuais estudos de expansão do suprimento de energia, do Ministério de Minas e Energia, mostram que a capacidade instalada de geração elétrica a carvão deve passar de 1,7 GW em 2010, para 3,2 GW em 2020.

O governo garante que o país não corre risco de sofrer um novo apagão energético, como em 2001/2002 porque retomou os investimentos em energia térmica e dezenas de usinas foram construídas. Por isso, não houve apagão no verão de 2013, quando os reservatórios caíram abaixo dos níveis de 2001.

Foram construídos também muitos parques eólicos, pequenas centrais hidrelétricas, mas o principal acréscimo de reserva veio das térmicas – à biomassa, à gás, a óleo combustível. A carvão foi apenas a fase C da Usina Presidente Médici, denominada Candiota III, com 350 MW de capacidade instalada, um projeto há 30 anos parado, mas que ganhou prioridade no governo Dilma. Hoje, o complexo pertencente à CGTEE, da Eletrobras, tem uma potência de 1.200 GW.

Há também investidores convencidos de que o carvão tem futuro na matriz energética brasileira. A construção de Candiota III (Fase C), da Usina presidente Médici, recebeu aporte financeiro de bancos chineses.

O país asiático mostrou interesse também em conhecer as especificações do carvão gaúcho. No ano passado, representantes do Banco de Desenvolvimento da China estiverem reunidos com o então vice-governador Beto Grill e com empresários. O diretor Zhu Wang, informou o interesse da instituição em investir nas áreas de carvão mineral e de infraestrutura gaúchas. “”, destacou. O executivo lembrou que a China promove diversas experiências na utilização das cinzas do mineral carvão, e que, por isso, o banco gostaria de contribuir para melhorar as políticas ambientais para o uso do resíduo no Estado.

Produção de energia pode chegar 10% do total no país

No RS estão 89% das reservas nacionais, cerca de 28 bilhões de toneladas do mineral. A principal veia de carvão se estende do Extremo-Sul do Estado até o Litoral Norte, em municípios como Minas do Leão, Arroio dos Ratos e Charqueadas, próximos a Porto Alegre, e Candiota, perto de Bagé e da fronteira com o Uruguai. A região da Grande Candiota tem a maior jazida do país, cerca de 12 bilhões de toneladas.

Atualmente, a produção de carvão no RS é efetuada pela CRM e pela Companhia de Pesquisas e Lavras Minerais – Copelmi. A Carbonífera Criciúma, que obteve da CRM a concessão de exploração da Mina do Leão II, ainda não começou a mineração.

Santa Catarina tem 10% das reservas, cerca de 3,3 bilhões de toneladas, no extremo-sul do Estado, em municípios como Criciúma, Treviso e Lauro Müller. No Paraná, as jazidas estão no Norte do Estado.

Fonte: JA
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Varlei DisiutaVarlei Disiuta é graduado em Administração de Empresas, com Especialização em Marketing (pós-graduação). Atua na região Sul do Brasil e representa diferentes empresas mundiais, principalmente nos segmentos metalomecânico e plástico.

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