Preço em queda adia expansões no Brasil


O difícil momento do mercado de minério de ferro, cujos preços não param de cair, está forçando grandes e pequenos mineradores no Brasil a adiar investimentos em expansão para preservar o caixa. Analistas e consultoras do setor avaliam que com o preço atual, na faixa de US$ 47 por tonelada para o produto com teor de ferro de 62% no mercado à vista da China, expansões de unidades existentes e novos projetos dificilmente vão se concretizar a curto e médio prazos. A previsão inclui os projetos Itabiritos da Vale, cuja postergação já foi anunciada, e empreendimentos de mineradoras menores como Bahia Mineração (Bamin), Manabi e Ferrous Resources, entre outras.

A consultora WoodMackenzie disse, no relatório global de minério de ferro divulgado no fim de março, que há 20 projetos de minério de ferro planejados para o Brasil em sua base de dados cuja capacidade total combinada alcança cerca de 250 milhões de toneladas anuais. No entanto, nenhum desses projetos está incluído na previsão-base de oferta da consultora uma vez que a maioria deles depende de soluções de infraestrutura que parecem "extremamente desafiadores" no atual cenário. Parece pouco provável, segundo a Mackenzie, que os projetos obtenham os financiamentos necessários e as devidas aprovações regulatórias.

Além desses projetos, a Mackenzie avaliou a situação das principais mineradoras brasileiras, incluindo Vale e outras empresas, como CSN. Afirmou que a expansão de Casa de Pedra, da CSN, deve ser adiada ainda mais no atual cenário de preços. Disse que as reservas de Itabirito compacto da MMX não são viáveis com os preços previstos para os próximos cinco anos. Estimou que a Gerdau vai manter estáveis os níveis de produção atual de minério de ferro e que a Usiminas Mineração (Musa) continuará a produzir 6 milhões de toneladas anuais, antes de duplicar a produção, o que só deve ocorrer a partir de 2017. A consultora excluiu de seu cenário-base as expansões da Ferrous resources. O projeto da Bamin pode ir em frente desde que a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) seja construída, disse José Francisco Viveiros, presidente da Bamin. No mercado, porém, entende-se que a Bamin precisará encontrar investidores para fazer o seu porto, em Ilhéus (BA). Caso semelhante é o da Manabi, que tem projeto de porto em Linhares (ES).

A WoodMackenzie disse ainda trabalhar com uma visão mais cautelosa em relação à produção da Vale para os próximos cinco anos dado o cenário mais fraco de mercado e preços menores para a commodity no período. A redução da produção em minas maduras, maiores exigências ambientais e previsão de cobrança de maiores royalties podem restringir as aspirações de crescimento da Vale nos sistemas sudeste e sul, em Minas Gerais, disse a consultora. No fim de 2014, a Vale anunciou a postergação por cinco anos de quatro projetos Itabiritos: Fábrica, Jangada, Mariana e Pico. Juntos, os quatro projetos poderiam representar um volume de quase 100 milhões de toneladas de Itabiritos compactos, os quais substituiriam, em parte, perda de produção em minas mais antigas. O mercado estimou que os quatro projetos iriam demandar investimentos entre US$ 8 bilhões e US$ 10 bilhões pela Vale, dinheiro que será "poupado" com a postergação dos projetos.

A mineradora afirmou em nota: "A Vale vem focando na disciplina na alocação de capital e na redução de custos, concentrando seus esforços em investimentos em ativos de classe mundial, vida longa, potencial de expansão e elevada capacidade de retorno ao acionista. Estes projetos [Itabiritos] não foram apresentados ao conselho de administração. São projetos em fase de estudos." Ainda segundo a Vale os quatro projetos têm foco em manutenção e ampliação da capacidade. "Vale ressaltar que não houve impacto no plano de produção, uma vez que estas postergações foram possíveis devido ao aumento da vida operacional das minas e usinas de beneficiamento", disse a empresa.

No mercado, a avaliação é que no atual nível de preços, a Vale está operando, em média, próximo do ponto de equilíbrio para os finos de minério. A empresa não quis comentar a informação, mas disse que a sua curva de custos está sendo achatada porque a companhia tem menos gastos em dólar e a margem foi preservada. "Continuamos reduzindo nosso custo em cerca de US$ 9, US$ 10, chegando a aproximadamente US$ 36 por tonelada", disse a mineradora.

Fonte: Valor
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Varlei DisiutaVarlei Disiuta é graduado em Administração de Empresas, com Especialização em Marketing (pós-graduação). Atua na região Sul do Brasil e representa diferentes empresas mundiais, principalmente nos segmentos metalomecânico e plástico.

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