CBMM – pioneira no nióbio e agora também nas terras raras

nióbio

Ostentando a posição de líder mundial no fornecimento de produtos de nióbio, com atuação em mais de 50 países, a CBMM trabalha para consolidar essa posição, ao mesmo tempo em que abre uma nova frente de atuação, também na produção de metais especiais oriundos dos óxidos de terras raras.

Pelo lado do nióbio, a companhia está conduzindo um programa de ampliação da sua capacidade instalada, que deve evoluir de 90 mil para até 150 mil toneladas anuais. Para esse programa, a empresa está realizando um investimento total de R$ 1 bilhão, até o final 2015, quando projeto 40 deverá estar concluído. Somente para o ano de 2014, estavam programados investimentos de US$ 256 milhões.

O que motiva a CBMM a se lançar nesse programa de expansão, segundo seu diretor geral, Tadeu Carneiro, é se preparar atender a uma demanda futura, que acredita será promissora, em função da expansão de segmentos como o de geração de energia eólica, já que o nióbio tem importante aplicação nas torres eólicas.

A CBMM, segundo ele, não quer perder qualquer fatia do mercado de nióbio, no qual já detém 80% de participação. Mesmo porque, não está descartada a entrada de novos players nesse mercado, que hoje está em torno de 80 mil toneladas anuais mas que pode evoluir para 120 mil toneladas ou mais, dependendo dos avanços tecnológicos.

Em 2014, a CBMM produziu 77 mil toneladas de ferronióbio e apresentou um aumento de 3% em suas vendas do produto em relação a 2013, gerando uma receita de aproximadamente R$ 4 bilhões.

Um projeto de seis décadas

A posição que hoje a CBMM detém levou mais seis décadas para ser conquistada e para isso a empresa teve que investir bastante em tecnologia e desenvolvimento de mercado. Na época em que a empresa começou a lavrar o minério de pirocloro, em Araxá (MG), nos anos 50, o nióbio ainda era praticamente um desconhecido para o mercado e suas aplicações eram restritas ou quase inexistentes. Mas ao longo do tempo, graças às pesquisas, a utilização aumentou, principalmente na fabricação de aços especiais.

Atualmente o ferronióbio, principal produto da CBMM, tem 90% de sua aplicação destinada à fabricação de aço – o nióbio torna o aço mais leve e resistente – e o restante é usado na produção de superligas de níquel utilizadas na fabricação de equipamentos como turbinas de avião e óxidos especiais para lentes óticas.

Já o nióbio metálico, outro produto da empresa, é utilizado em aparelhos médicos e de ressonância magnética, por exemplo. A utilização do nióbio no aço tem uma forte componente ambiental, já que permite, por exemplo, fabricar veículos mais leves, que consomem menos combustível e, consequentemente, poluem menos, pois lançam menos CO2 na atmosfera.

Em sua estratégia para ampliar mercado, a CBMM tem procurado promover o aumento do percentual de nióbio adicionado ao aço. Até há pouco tempo, esse percentual era de cerca de 10% e o grande objetivo da empresa, com o desenvolvimento de tecnologia, é ampliar isso para 30%, o que representaria um importante aumento de demanda.

A companhia informa que continua “intensificando esforços para que usuários finais adotem a tecnologia dos aços contendo nióbio em suas diversas aplicações finais. Para tanto, gerencia mais de duzentos projetos com parceiros e clientes ao redor do globo, investindo cerca de 4% do faturamento em seu programa de tecnologia de desenvolvimento e aplicação do nióbio”.

Para elevar sua capacidade instalada a 150 mil toneladas, o que deverá acontecer a partir de 2016, a CBMM está instalando na unidade de Araxá mais um módulo com capacidade para produzir 60 mil toneladas. Embora num primeiro momento a empresa deva ficar com capacidade maior do que a demanda mundial, foi necessário optar por um módulo de tal capacidade por ser este o menor tamanho viável atualmente, do ponto de vista técnico e econômico. Mas de certa forma isto faz parte da filosofia da empresa, que é de se antecipar ao futuro do mercado. O que vai acontecer é que, como a nova planta será mais eficiente do que a atual, por incorporar mais tecnologia, ela deverá produzir a plena carga, enquanto a instalação mais antiga vai operar em menor ritmo de produção, voltando a plena carga quando o mercado demandar.

Para fundamentar seu otimismo, o dirigente da CBMM diz acreditar que “a próxima revolução da humanidade deverá ser a da eficiência”, o que requer produtos e operações de menor custo, mais produtivos e interativos. Será, em sua visão, uma revolução gerada pela necessidade de se usar os recursos naturais em menor quantidade e de maneira mais eficiente. Nessa linha, segundo seu raciocínio, espera-se que os fornecedores de componentes, produtos e novos elementos industriais optem por matérias primas que contenham o nióbio em sua formulação, já que o mesmo tem capacidade – como já mencionado – de reduzir o peso dos aços, tornando-os mais resistentes, mais flexíveis e adaptados às temperaturas extremas sem apresentar problemas de corrosão (natural ou química).

O projeto de expansão prevê investimentos na mina, na usina de concentração do minério (com instalação de uma nova planta, a ser concluída em 2015), em um novo pátio de homogeneização (já concluído e em operação desde 2014), nova planta de sinterização, instalação de novo processo de aluminotermia, aumento de capacidade na unidade de refino, otimização no processo de fabricação do óxido de nióbio e em projetos de desenvolvimento de novos produtos para aplicação química.

Faz parte ainda do escopo do projeto investimentos na área ambiental, principalmente no que se refere a redução do consumo de energia e na emissão de gases poluentes, otimização da estação de tratamento de efluentes e construção de nova bacia de rejeitos.
Terras raras: um novo desafio

Tadeu Carneiro procura desfazer o mito de que o nióbio é algo raro no mundo. Embora cerca de 98% das reservas conhecidas estejam no Brasil, há ocorrências em países como Canadá, Austrália, Groenlândia, Estados Unidos, Nigéria e Moçambique. Por isto, diz ele, a CBMM procura evitar a postura do “deitar em berço esplêndido?”. E continua investindo em pesquisa, desenvolvimento e inovação. Foi essa linha de raciocínio que a levou a pensar no aproveitamento dos óxidos de terras raras contidos na monazita, que hoje é um resíduo do processo de produção de nióbio.

Em linhas gerais, o programa envolvendo as terras-raras da CBMM é o que se encontra em estágio mais avançado no Brasil, até o momento. Um ponto altamente positivo e diferencial no projeto é que as reservas de monazita já fazem parte da reserva mineral de Araxá desde que a empresa iniciou suas atividades, embora até Mina de Pirocloro… então fossem consideradas como rejeito e não minério.

“Só o fato de não sermos obrigados a abrir – em todos os sentidos – uma mina para explorar terras-raras, já corresponde a um aspecto importantíssimo para nos lançarmos na exploração desses novos elementos”, comenta Tadeu Carneiro. Ou seja, em seu projeto a empresa está produzindo óxidos de terras raras a partir dos rejeitos do processo de concentração do nióbio, transformando o que era resíduo em insumo.

No minério carbonatítico do complexo Araxá, de onde a CBMM extrai o nióbio, existem vários elementos importantes, como o bariopirocloro (da ordem de 4% do total e fonte do nióbio) e monazita (também 4% e fonte de vários elementos da série terras-raras). Os demais são limonita/goetita (36%), barita (20%), magnetita (16%), gorceixita (6%), ilmenita (5%), quartzo (4%) e outros (5%). Uma vez retirado o nióbio do pirocloro local, todas as demais riquezas minerais vinham sendo acumuladas na bacia de rejeito, por não participarem dos interesses comerciais da companhia.

Como a monazita encontrada no minério local em Araxá (MG) apresenta elementos classificados como terras-raras – cério, lantânio, praseodímio e neodímio, em especial – fundamentais na elaboração de lâmpadas fluorescentes compactas e de alto rendimento; em células de combustível para veículos híbridos; em catalisadores de veículos; em disk-drives; como fluidos no craqueamento catalítico; e em telas de mídias de última geração, como celulares, I-Pods, tablets etc. – a empresa iniciou as pesquisas visando à viabilização comercial dessas riquezas minerais.

Segundo Tadeu Carneiro, “jamais havia se conseguido, no mundo, a concentração de sulfato duplo de terras-raras a partir da monazita, que é um estágio bastante avançado no processo de industrialização desses elementos e do qual pode-se obter óxidos separados das terras-raras”. Mas a CBMM conseguiu definir e executar todas as etapas de concentração da monazita em sulfato duplo de terras-raras.

Porém, a empresa quer ir mais longe, e agora está empenhada – e investindo – na fase de transformação dos óxidos que compõem esse sulfato (de cério, de lantânio, de proseodímio e de neodímio) em produtos finais. Com relação ao neodímio, já foi dado um passo a diante, com a assinatura de um convênio entre a CBMM e o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo) para desenvolvimento da tecnologia de obtenção de neodímio metálico, um dos elementos de terras raras com uma das maiores demandas em todo o mundo, sendo aplicado principalmente na fabricação de ímãs para motores elétricos. O acordo, no valor de R$ 9,5 milhões, foi feito sob o guarda-chuva da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), tem duração de dois anos. A Embrapii entra com um 1/3 do investimento.

De acordo com Tadeu Carneiro, os desafios representados pelo projeto Terras Raras são semelhantes aos que a empresa enfrentou há 60 anos, quando se lançou ao desenvolvimento do mercado de nióbio. A diferença é que no caso do nióbio não havia mercado, que teve de ser desenvolvido. No caso das terras raras, há mercado, mas falta tecnologia.

O importante, porém, é que a etapa da concentração já foi vencida. Hoje a CBMM tem uma planta com capacidade para produzir até 1 mil toneladas anuais de óxidos de terras e que poderá ser expandida para até 3 mil toneladas/ano, o que requer investimentos da ordem de US$ 20 milhões. A empresa também já conta com unidade de separação dos óxidos, via extração por solventes, e um Centro de Pesquisa Hidrometalúrgico, que pode gerar 6 a 8 toneladas por ano de óxidos de Lantânio, Cério, Neodímio e Prazeodímio. O investimento nesta unidade é estimado em US$ 14 milhões.

Um outro aspecto destacado pela CBMM, nesse processo, é que o sulfato duplo de monazita vem sendo obtido isento de residuais radioativos, porque no desenvolvimento da tecnologia para produção de ferronióbio a empresa já tinha conseguido resolver esse problema (eliminação dos resíduos radioativos).

Fonte: Brasil Mineral
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Varlei DisiutaVarlei Disiuta é graduado em Administração de Empresas, com Especialização em Marketing (pós-graduação). Atua na região Sul do Brasil e representa diferentes empresas mundiais, principalmente nos segmentos metalomecânico e plástico.

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