A mineradora sul-africana AngloGold Ashanti aposta na eficiência energética para ser mais sustentável - e para lucrar mais
A energia elétrica é um fator crítico para mineradoras de ouro, como a sul-africana AngloGold Ashanti. O uso desse insumo é intensivo, e não é difícil entender a razão: é preciso processar muitas toneladas do minério extraído do solo para encontrar apenas alguns gramas de ouro. Na mina Lamego, por exemplo, que a AngloGold explora na cidade de Sabará, em Minas Gerais, retiram-se, em média, 5 gramas de ouro de cada tonelada de rocha. Por isso, a empresa mantém uma comissão de racionalização de energia, formada por representantes de todas as unidades. O papel da comissão é conscientizar os funcionários sobre a importância de economizar energia e identificar formas de diminuir o consumo.
Fora isso, a empresa conta com a geração própria de parte considerável da energia usada em suas operações. A AngloGold detém um sistema com sete pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) na região de Nova Lima, também em Minas Gerais. A produção própria responde por 25% das necessidades da empresa.
A eficiência energética tem sido uma tônica de ação nos últimos anos. Em Lamego, o uso de energia diminuiu 13% depois que a AngloGold implantou um projeto de ventilação sob demanda. Pelo sistema, softwares foram adotados para adequar a ventilação à atividade desenvolvida e ao número de pessoas presentes em cada ponto da mina. Uma iniciativa semelhante foi colocada em prática na unidade Serra Grande, em Crixás, no estado de Goiás. Lá, temporizadores foram instalados para desligar a ventilação no subsolo automaticamente durante as trocas de turno dos funcionários.
"Já não vivemos uma euforia no setor, como há poucos anos", diz José Margalith, diretor de sustentabilidade da AngloGold. "Por isso, temos investido pesadamente para reduzir nossos custos." As cotações do metal no mercado internacional caíram quase 30% nos últimos três anos. Aos poucos, porém, a sequência de esforços vem dando bons resultados. Neste ano, o consumo de energia nas unidades de Minas Gerais deverá cair em torno de 2% em relação ao ano passado.
Fonte:Exame